terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A cruz e a balança

"A cruz de Cristo é uma revelação tanto da justiça de Deus como do seu amor.”

Anthony Hoekema, em O Cristão toma consciência do seu valor.

Todos, crédulos ou incrédulos, temos, ainda que involuntariamente, um retrato de Deus (ou de um deus) em nossa mente. Não necessariamente uma imagem com traços físicos, mas um desenho do caráter e da personalidade divinos. Alguns vislumbram um pai extremamente carinhoso e afável; outros, uma figura austera, dura e implacável.

Na verdade, quase sempre enfatizamos alguns dos atributos de Deus em detrimento de outros, e é especialmente curioso o fato de ser possível fazer uma leitura das Escrituras de forma a enxergar o sacríficio de Cristo, por exemplo, como a prova inequívoca e definitiva do amor de Deus, para então se afirmar que tal gesto é simplesmente incompatível com a ideia de um Deus irado e vingativo, extraída apressadamente por muitos após um contato superficial com o Antigo Testamento.

Contudo, é preciso analisar a cruz e perceber que não apenas o amor de Deus é revelado ali, mas igualmente a sua justiça. Ao enviar Jesus ao calvário, o Pai mostrou quão grave e profunda fora a condenação do pecado, e exigiu a quitação do preço exigido para a expiação. A substituição operada (Cristo em nosso lugar) significa exatamente a satisfação da ira divina para com o homem, sendo este justificado em Jesus. A justiça é evidenciada no cumprimento da pena imposta pelo pecado. Nas palavras de Hoekema, transcritas do livreto acima indicado, o sacrifício expiatório de Cristo “[...] é a base judicial para a remoção de nossa culpa.”

Por isso, não é possível enxergar isoladamente o amor ou a justiça de Deus. A cruz encharcada de sangue significa que Deus amou o mundo a ponto de dar seu próprio filho para salvá-lo, mas significa também que esse mesmo Deus não se esqueceu do pecado e simplesmente deixou passar em branco o fatídico episódio do Éden. O preço, caro e sem desconto, foi integralmente pago. Devemos, portanto, glorificar o Pai pela graça manifesta em Cristo e viver dignamente o Evangelho da nossa salvação.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O melhor de A. W. Tozer


Esse livro é pro Gui Gontijo recomendar! (www.recomendei.blogspot.com)
Impressionante a visão, a paixão e a sabedoria de A. W. Tozer. Como bem disse o Lucas quando começamos a estudar essa compilação de textos do autor, dá vontade de grifar todas as frases, pelo estilo marcante e impactante de Tozer.

Trata-se de um livro curto de mensagens curtas, portanto rápido e delicioso de ler.

Posto aqui uma seleção de tópicos dos três primeiros capítulos dessa obra, que fiz para discutirmos em um grupo de estudos que tentamos montar na nossa igreja e acabou não dando muito certo (apesar de eu ainda ter esperança de retomarmos aquela ideia...). Espero que estimule você a procurar saber mais sobre esse autor e seu legado, certamente composto de alguns dos mais relevantes textos cristãos recentes:

Capítulo 1 – Seguindo a Deus de perto

- Deus coloca em nosso coração o desejo de buscá-lo; somos incapazes de fazer isso por conta própria;

- Em seguida, como resposta, devemos agir positivamente, exercitando a fé e desenvolvendo a nossa salvação (Fp. 2:12), sem nos conformarmos à velha natureza;

- O crescimento da Igreja depende do crescimento individual dos membros, que se dá a partir do grau de comprometimento de cada um no sentido de “penetrar nas infinitas riquezas de Deus”;

“Encontrar-se com o Senhor, e mesmo assim continuar a buscá-lo, é o paradoxo da alma que ama a Deus.” (p. 13);

- Os exemplos de Davi (ânsia espiritual) e Paulo (Fp. 3: 8);

“É uma tragédia que, nesta época de trevas, deixemos só para os pastores e líderes a busca de uma comunhão mais íntima com Deus. Agora, tudo se resume num ato inicial de ‘aceitar’ a Cristo (a propósito, essa palavra não é encontrada na Bíblia) e, daí por diante, não se espera que o convertido almeje qualquer outra revelação de Deus para a sua alma. Estamos sendo confundidos por uma lógica espúria que argumenta que, se já encontramos o Senhor, não temos mais necessidade de buscá-lo.” (p. 14);

- Não é concebível uma vida cristã sem a produção de frutos; isso se explica pela “ausência de uma sede maior de comunhão com Deus”;

- Nossa postura diante de Deus deve ser simples e sincera, sem fingimentos ou máscaras; não precisamos nos esforçar para impressioná-lo;

- O exemplo da tribo de Levi (Nm. 18:20);

“O homem cujo tesouro é o Senhor tem todas as coisas concentradas nele.” (p. 16)

Capítulo 2 – A voz do Verbo

- A designação de Jesus como o “Verbo” (Jo. 1:1) indica que a comunicação faz parte de sua natureza;

“Essa palavra que vem de Deus é o sopro divino que enche o mundo de potencialidade vital. A voz de Deus é a mais poderosa força que há na natureza e, na realidade, a única força que atua na natureza, onde reside toda a energia pelo simples fato de que a palavra de poder foi proferida.” (p. 19);

- A Bíblia tem seu valor firmado no fato de que corresponde perfeitamente à palavra proferida por Deus;

- A voz de Deus, que se expressa inclusive na própria criação, torna os homens indesculpáveis (Rm. 1:20);

“Quando do céu Deus falou ao Senhor Jesus, muitos homens que ouviram a voz explicaram-na como sendo fenômenos naturais. Diziam ter ouvido um trovão. Esse hábito de apelar às leis naturais para explicar a voz de Deus é a própria raiz da ciência moderna. Nesse universo que vive e respira, há algo misterioso, por demais maravilhoso, por demais tremendo, para que qualquer mente o compreenda. O crente não exige explicações, mas dobra os joelhos e adora, sussurrando: ‘Deus meu’.” (p. 21);

- Não precisamos temer a voz de Deus, mas precisamos, nessa época barulhenta, estar quietos para ouvir;

Capítulo 3 – Mansidão e descanso

“Para fornecer um quadro fiel da raça humana a alguém que a desconhecesse, bastaria que tomássemos as bem-aventuranças e invertêssemos o seu sentido. Então poderíamos dizer: ‘Eis aqui a raça humana’.” (p. 25);

- Mt. 5:5 (“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”);

- As bem-aventuranças não são meras opiniões de Jesus, mas palavras de autoridade, decorrentes de alguém dotado de toda sabedoria e, além disso, conhecedor da verdade;

- Carregamos sobre nós um fardo muito pesado:

1. Orgulho: esforço para resguardar o amor próprio; em relação a isso, precisamos aprender a valorizar a avaliação que Deus faz a nosso respeito;

“O homem manso não se importa se alguém for maior do que ele, porque há muito compreendeu que as coisas que o mundo aprecia não são importantes para ele, e não vale a pena lutar por elas. Pelo contrário, desenvolve para consigo mesmo um interessante senso de humor e passa a dizer: ‘Ah, então você foi esquecido, hein? Passaram você para trás, não é? Disseram até que você é um traste sem importância? E agora você está ressentido porque os outros estão dizendo exatamente aquilo que você mesmo tem dito sobre si? Ainda ontem você disse a Deus que não representa nada, que é apenas um verme que vem do pó. Onde está a coerência? Vamos, humilhe-se, deixe de se preocupar com o que os homens pensam’.” (p. 27);

2. Fingimento: desejo do homem de mostra ao mundo o seu lado melhor, ocultando sua verdadeira pobreza e miséria internas; em relação a isso, Jesus nos ordena que sejamos como crianças, satisfazendo-nos com o que temos e somos;

3. Artificialidade: receio de parecermos ser menores, incapazes ou fracassados; daí a relevância da propaganda, que se baseia na preocupação com o exterior;

“A artificialidade é uma maldição que desaparece no momento em que nos ajoelhamos aos pés do Senhor Jesus e nos rendemos à Sua mansidão. Daí para frente não nos incomodaremos com o que as pessoas pensam a nosso respeito, contanto que Deus nos esteja aprovando. Então o que somos será tudo; e o que parecemos ser descerá na escala de valores das coisas que nos interessam. Afastado o pecado, nada temos de que nos possamos envergonhar. Somente o nosso desejo de prestígio é que nos faz querer parecer aos outros aquilo que não somos.”

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A necessidade do arrependimento e a Lei Moral




"O cristianismo exorta as pessoas a se arrepender e promete-lhes o perdão. Consequentemente (que me conste), ele não tem nada a dizer às pessoas que não têm a consciência de ter feito algo de que devem se arrepender e que não sentem a urgência de ser perdoadas. É quando nos damos conta da existência de uma Lei Moral e de um Poder por trás dessa Lei, e percebemos que nós violamos a Lei e ficamos em dívida para com esse Poder - é só então, e nunca antes disso, que o cristianismo começa a falar a nossa língua."
C. S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples, pp. 42-43 (Martins Fontes, 2005)

Pessoal, posto hoje esse trecho do Lewis muito mais para me estimular a retomar as atividades do blog com maior frequência do que com algum objetivo específico de discutir o tema suscitado (apesar de ser extremamente instigante). Só deixo uma reflexão, ou melhor, um ensejo a uma reflexão: tenho a impressão de que muitos dos que rejeitam o cristianismo o fazem justamente por não se identificarem com essa necessidade de arrependimento e transformação, caminho a ser necessariamente trilhado por aqueles que desejem seguir a Cristo. O caminho da cruz passa pela confissão, pela mudança, pelo reconhecimento do pecado. Nosso orgulho faz com que neguemos nossos erros e não reconheçamos os pecados que nos afastam da presença redentiva de Jesus, silenciando a voz do Espírito, que exorta o pecador, convencendo do pecado, da justiça e do juízo. O fato incontestável, porém, segundo C. S. Lewis, é que o ser humano tem dentro de si a Lei Moral, gravada em seu coração pelo próprio Deus, o que gera a consciência de certo e errado mesmo no pior dos pecadores. O Evangelho acentua a necessidade de perdão e de transformação que toda pessoa, em alguma medida, já carrega. Ninguém pode sobreviver a si mesmo, a não ser pela graça que restaura e faz nascer de novo. Louvado seja Deus!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Restauração Espiritual

Texto-base: Livro de Esdras

1. Introdução

O povo de Israel estava exilado na Babilônia. Esse exílio durou cerca de 50 anos.

Em 538 a.C., reinava sobre a Babilônia o Rei Ciro, da Pérsia, que a havia conquistado. Ciro, movido por Deus (cap. 1), permite, logo no início de seu reinado, o retorno dos judeus a Jerusalém, a fim de que edificassem o templo.

Após muitas dificuldades, com forte oposição dos inimigos de Israel, o templo é concluído em 516 a.C.

Esdras, então, vai a Jerusalém com o propósito de ensinar a Lei do Senhor ao povo (7:6-10). Esdras chega a Jerusalém em 457 a.C., portanto aproximadamente 60 anos após o término da construção do templo.

Entretanto, logo ao chegar, recebe a notícia de que o povo (inclusive levitas e sacerdotes) havia se misturado com os povos pagãos (9:1-2).

Esdras, então, humilha-se diante de Deus e lamenta o pecado de Israel (9:3-15). Outros tantos unem-se a ele (10:1).

Aparece, então Secanias, exortando Esdras a agir e a conduzir o povo de volta à santidade e ao temor do Senhor, pondo fim aos casamentos que haviam sido feitos entre filhos de Israel e mulheres estrangeiras (10:2-12).

O povo, então, atendeu à palavra de Esdras e despediu as mulheres estrangeiras, juntamente com seus filhos, retornando à observância da Lei de Deus e renovando sua aliança com o Senhor. Ali, então, teve êxito a restauração espiritual de Israel.

2. O Processo de Restauração Espiritual

2.1. Identificação do pecado

O objetivo de Esdras ao chegar a Jerusalém era ensinar ao povo a Lei de Deus, assim como ele havia aprendido, enquanto escriba, observando-a em todos os seus aspectos. O seu desejo era muito nobre e admirável, pois, após tanto tempo como escravos, o povo havia perdido quase que de forma plena o conhecimento da Lei, inclusive com a impossibilidade de oferecer sacrifícios, já que não havia templo.

Contudo, Esdras precisou, inicialmente, combater o problema do próprio descumprimento a essa Lei já instalado entre o povo, que se corrompera em apenas 60 anos desde a inauguração do templo, quando o povo havia se consagrado a Deus, inclusive celebrando a Páscoa (6:16).

Percebemos então, irmãos, que o primeiro passo para a restauração espiritual é a identificação do pecado. Isso ocorreu mediante os príncipes de Israel, que contaram a Esdras o grave pecado do povo, que não se conservou como povo santo e separado ao Senhor, conforme Ele ordenara (Êx. 34:10-17 e Dt. 7:1-6).

Não podemos nos arrepender de algo de que não temos consciência. Ainda que peçamos perdão a Deus por nossos pecados ocultos, como faz o salmista (Salmo 19:12), precisamos buscar conhecer nossas falhas para nos arrependermos e mudarmos nosso proceder.

Davi mesmo, aliás, pede ao Senhor que sonde o seu coração e veja se há nele algum caminho mau, a fim de que, identificado o problema, seja este corrigido para, então, o próprio Deus guiar-nos pelo caminho eterno (Salmo 139:23-24).

Busquemos, no Senhor, conhecer nossas falhas e transgressões. Deixemo-nos exortar pelos irmãos e pelos líderes, a fim de que possamos continuar nosso processo de restauração espiritual – que, aliás, tem outras duas fases essenciais.

2.2. Arrependimento e confissão

Não há restauração sem arrependimento. É impossível que alguém mude de rumo sem que, reconhecendo o seu pecado, reconheça também que precisa de uma nova direção.

O pecado precisa causar tristeza em nossos corações, pelo fato de nos afastar da comunhão e da intimidade com Deus (9:15).

Nesse aspecto, a postura de Esdras e, em seguida, de grande parte do povo de Israel foi exemplar. De fato, houve quebrantamento e contrição, pois se humilharam diante de Deus, pedindo perdão pelos seus pecados (9:6-15).

Esdras entristeceu-se de forma tal que chegou a arrancar os cabelos da cabeça e da barba, num ato sincero e espontâneo de demonstração de repulsa ao pecado (9:3).

Davi, no Salmo 32, revela as conseqüências da falta de arrependimento e confissão. O peso da culpa e da mão de Deus corrói os nossos corações. A Palavra ensina que o Senhor disciplina aqueles a quem ama (Apocalipse 3:19). O arrependimento, então, é o melhor caminho para a retomada da vida cristã livre e sadia.

Assim, após identificarmos o nosso pecado, precisamos assumir a postura de Esdras, ou seja, derramarmos nosso coração diante do altar de Deus, clamando por sua misericórdia e seu perdão. O Senhor, que é tardio em irar-se e rico em misericórdia, promete perdoar-nos sempre que, de coração sincero, demonstrarmos nosso arrependimento e confessarmos nossos pecados.

“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9), diz a Palavra. Desse modo, creiamos na misericórdia e no amor de Deus. Não tenhamos receio em derramar nosso coração em sua presença.

O Senhor tem prazer em receber a oferta do coração contrito e quebrantado. A este, diz a Palavra, Ele não desprezará (Salmo 51:17 – salmo em que Davi clama pelo perdão de Deus, confessando seus graves pecados de adultério com Bate-Seba e o homicídio do esposo dela).

2.3. Atitude para mudar

Finalmente, após identificarmos o pecado e nos arrependermos, confessando-o ao Senhor, é necessário dar o passo final para a completa restauração: tomar uma atitude para mudar de postura.

De nada adiantaria que Esdras e todo o povo continuassem ali prostrados, chorando diante de Deus, não fosse a intervenção de Secanias, que, movido pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, exortou Esdras a liderar a nova caminhada do povo de Deus.

No caso do pecado que fora identificado (a mistura dos filhos de Israel com os povos pagãos, com os casamentos com mulheres estrangeiras), não havia outra atitude a tomar, senão a proposta por Secanias: os homens teriam que despedir suas mulheres e seus filhos, a fim de retomarem sua aliança com Deus, mediante o cumprimento de Sua Lei.

Secanias, então, entendeu que a restauração de Israel só seria possível caso o povo se levantasse e tomasse uma atitude firme para mudar de rumo, abandonando o pecado definitivamente.

Ele percebeu, como mostra o versículo 2 do capítulo 10, que havia esperança para Israel, assim como há esperança pra você e para mim, meu irmão! Para tanto, porém, não podemos fazer concessões com o pecado. É necessário enfrentá-lo e abandoná-lo. Tirá-lo de uma vez por todas de nossas vidas, por mais doloroso que isso seja.

É comum que nosso processo de restauração acabe pelo meio do caminho. Em geral, conseguimos identificar nossos pecados e, com razoável freqüência, nos arrependemos deles. Sentimo-nos envergonhados diante de Deus e gostaríamos de viver em santidade. Entretanto, em muitas ocasiões, falta esse último passo, que é o da efetiva mudança de postura.

Nem sempre essa mudança é tão radical, como foi nesse caso para o povo de Israel. Todavia, nunca é simples mudar. Abandonar hábitos, vícios e práticas que se tornaram cotidianas é uma tarefa difícil. Basta ver o caso das pessoas que tentam largar a bebida, ou o cigarro, ou as drogas. Nem precisamos ir tão longe: vejamos a dificuldade de quem come demais e luta para perder peso! A luta é imensa, mas é necessária.

3. Conclusão

A grande vantagem é sabermos que, como povo de Deus, temos a sua capacitação para mudarmos de vida. Aleluia! É o próprio Deus quem interfere nesse processo e completa nossa restauração espiritual.

Sem Ele, seria uma luta perdida. Não temos a força necessária para, por conta própria, abandonarmos o pecado e vivermos uma vida santa de intimidade e comunhão com Deus. É o Senhor, porém, quem nos habilita para vencermos.

Identificarmos o pecado; arrependermo-nos; e tomarmos uma atitude firme para mudarmos de vida! Esse é o caminho para a restauração espiritual de que precisamos. Que Deus nos ajude. Amém.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Instituto Cristão de Ensino - ICE / IPJB


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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quão Singular e Maravilhoso é o Amor de Cristo!

Por muitos anos, tenho procurado entender como a centralidade de Deus em Si mesmo se relaciona com o seu amor por pecadores com eu. Muitas pessoas não vêem a paixão de Deus por sua própria glória como um ato de amor. Uma das razões para isto é o fato de que temos absorvido a definição do mundo a respeito do amor. O mundo diz: você é amado quando é mimado.

O maior problema desta definição de amor é que, ao tentarmos aplicá-la ao amor de Deus por nós, ela distorce a realidade. O amor de Deus por nós não se revela principalmente em que Ele nos valoriza, e sim em que Ele nos dá a capacidade de nos regozijarmos em apreciá-Lo para sempre. Se centralizamos e focalizamos o amor de Deus em nosso valor, estamos nos afastando do que é mais precioso, ou seja, Ele mesmo. O amor labuta e sofre para nos cativar com aquilo que é infinita e eternamente satisfatório: Deus mesmo. Por conseguinte, o amor de Deus labuta e sofre para aniquilar nossa escravidão ao ídolo do “eu” e focalizar nossas afeições no tesouro de Deus.

Podemos ver isto, de maneira surpreendente, na história da enfermidade e morte de Lázaro, em João 11.1-6:

Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.

Observe três coisas admiráveis:

1.       Jesus escolheu deixar Lázaro morrer. No versículo 6 lemos: “Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”. Não houve pressa. A intenção de Jesus não era impedir o sofrimento da família, e sim ressuscitar Lázaro dentre os mortos. Isto seria verdade mesmo se Lázaro já estivesse morto, quando o mensageiro chegou a Jesus. Ele deixou Lázaro morrer ou permaneceu por mais tempo, para deixar evidente que não tinha pressa de trazer alívio imediato ao sofrimento. Algo mais importante O impedia.

2.       Jesus era motivado pelo amor para com a glória de Deus, manifestada em seu tremendo poder. No versículo 4, Ele disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.

3.       Entretanto tanto a decisão de deixar Lázaro morrer com a motivação de glorificar a Deus foram expressões de amor para com Maria, Marta e Lázaro. O evangelista João nos mostra isto pela maneira como ele uniu os versículos 5 e 6: “Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. “Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”.

 

Oh! Muitas pessoas – inclusive crentes – murmurariam por haver Jesus, insensivelmente, deixando Lázaro morrer e permitir que Marta, Maria e Lázaro e outro passassem por aquele sofrimento e infelicidade! E, se os nossos contemporâneos percebessem que Jesus fez isso motivado pelo desejo de magnificar a glória de Deus, quantos não considerariam a atitude de Jesus como insensível e severa? Isto revela quanto a maioria das pessoas estima levar uma vida livre de sofrimento muito mais do que estima a glória de Deus. Para a maioria das pessoas, o amor é aquilo que coloca o bem-estar humano como centro de tudo. Por conseguinte, o comportamento de Jesus é ilógico para tais pessoas.

Não podemos ensinar a Jesus o que o amor significa. Não podemos instruí-Lo a respeito de como Ele nos deve amar e colocar-nos no centro de tudo. Devemos aprender dEle o que significa o amor e o que é verdadeiro bem-estar. O amor é fazer tudo que for necessário para ajudar os outros a verem e experimentarem a glória de Deus em Cristo, para todo o sempre. O amor mantém a Deus no centro, porque a alma foi criada para Deus.

Nas palavras de sua oração, Jesus confirma que estamos certos: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, pra que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Podemos presumir que esta oração seja um ato de amor de Jesus. Mas, o que Ele pediu? Pediu que, no fim, vejamos a sua glória. O amor dEle por nós O torna central. Jesus é o único Ser cuja auto-exaltação é um ato sublime de amor. Isto é verdade porque a realidade mais satisfatória que podemos conhecer é Jesus. Portanto, para nos dar esta realidade, Ele tem de dar-nos a si mesmo. O amor de Jesus O impeliu a orar e a morrer por nós, não para que o nosso valor se tornasse central, e sim para que a glória dEle se tornasse central e pudéssemos vê-la e desfrutá-la por toda a eternidade. “Pai, a minha vontade é que... estejam comigo... para que vejam a minha glória”. Isto é o que significa para Jesus amar-nos. O amor divino labuta e sofre para nos cativar com aquilo que é infinita e eternamente satisfatório: Deus em Cristo. Oh! Que vejamos a glória de Cristo – pela qual Ele deixou Lázaro morrer e pela qual Ele foi à cruz.

John Piper

segunda-feira, 30 de março de 2009

Instituto Cristão de Ensino - ICE / IPJB

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sábado, 21 de março de 2009

Instituto Cristão de Ensino - ICE / IPJB


Cliquena imagem acima para fazer o download da nossa terceira aula. Que Deus te abençoe!

domingo, 15 de março de 2009

Para Orar




Meu Deus: Não sei o que pedir. Procurei o meu desejo mais ardente e não o encontrei. Não sei o que me fará feliz. Inquieto está o meu coração, sem descanso, e não sei que nome dar às minhas nostalgias. Sem saber para onde ir, sem saber o que fazer, sem saber que batalhas travar, sinto intensamente a tentação dos ídolos e dos vazios. É fácil entrar pelos caminhos falsos, preferir o poder ao amor, a força à mansidão, a reação violenta à mansa afirmação da bondade...Mas eu sei que, a despeito da minha estupidez, o teu Espírito me ama, frequenta os meus sonhos, as minhas entranhas, os desejos que não sei dizer e intercede por mim e por todos os meus irmãos, neste mundo que criaste, com gemidos profundos demais para palavras...Aceita, meu Pai, os meus gemidos inarticulados como expressão da minha prece...Mas, na minha fome, tenho necessidade de sinais visíveis da tua graça invisível. Serve-me os teus sacramentos, os primeiros frutos deste Reino, nostalgia da nossa alma...Tenho sede de sorrisos, de olhares mansos, de palavras brandas, de gestos firmes, pela verdade e pela bondade; de vitórias, por pequenas que sejam, da justiça...Tu sabes, ó Pai, que é muito difícil sobreviver no cativeiro, sem a esperança da Cidade Santa. "Pelos rios de Babilônia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião..." Canta-nos, ó Deus, as canções da terra prometida; serve-nos, no deserto, o maná; e concede-nos a graça de brincar e saltar nos teus dias de descanso, como expressão de confiança...E que haja, em algum lugar, uma comunidade de homens, mulheres, velhos, crianças e nenezinhos de peito que seja um primeiro fruto, um aperitivo, uma carícia do futuro. Amém.

Alves, Rubem. Eu creio na ressurreição do corpo. Meditações. 4a ed. São Paulo: Editora Paulus, 1984. Pp. 77.

sábado, 7 de março de 2009

Lançamento da Revista Papo Cristão




Os blogs Papo Cristão e Recomendei estão promovendo o lançamento da Revista Papo Cristão, uma publicação semestral para escritores cristãos que escrevam textos cristãos. Você pode conferir as informações e regras clicando na imagem para ampliá-la. Como diz meu colega Guilherme Gontijo: RECOMENDO [6/5] que todos aqueles que um dia acharam que poderiam se aventurar escrevendo participem dessa nossa iniciativa pra te lançar como escritor(a). 

Abraços e que Deus te abençoe!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A disciplina de Deus



"Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?" Salmo 50:16-17


Deus é amor. Essa maravilhosa afirmação das Escrituras reflete um aspecto inegável do caráter divino. Seu amor é verdadeiro, incondicional e incomparável. Entretanto, como se percebe pela observação do Cristianismo vivido nos dias atuais, a essência amorosa de Deus tem sido distorcida para uma noção de ausência de correção e disciplina, como se Deus aceitasse que seus filhos vivam em pecado. A graça, em síntese, foi barateada.


Nesse contexto, encontramos nos versículos acima transcritos o alerta do Senhor para aqueles que aparentam viver de acordo com a Palavra, porém, na prática, são ímpios aos olhos de Deus, pois seus corações estão afastados da verdade. Notem bem para o fato de que Deus chama a esses de ímpios, e não utiliza os "eufemismos sacros" que nós temos. Uma pessoa que vive manifestamente em pecado e não atenta para a correção de Deus e para a exortação dos irmãos e da igreja deve questionar seriamente a sua conversão.


É tempo de viver, e não de parecer. É passada a hora de mudar. Mais uma vez, Deus chama ao arrependimento, à transformação, ao compromisso com a santidade. Ele é o Pai de amor (e justamente por isso disciplina aos filhos) e é rico em perdoar, mas todo cuidado é pouco: de Deus não se zomba.


Que o Senhor nos ajude e conceda misericórdia e graça ao seu povo (especialmente a mim).


domingo, 1 de março de 2009

Instituto Cristão de Ensino - IPJB


Clique na imagem acima para fazer o download da segunda aula do curso! Deus te abençoe!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quem subirá?


Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu. Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. Este obterá do SENHOR a bênção e a justiça do Deus da sua salvação. Tal é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó. Quem é o Rei da Glória? O SENHOR, forte e poderoso, o SENHOR, poderoso nas batalhas. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é esse Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. Salmo 24


Aleluia!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Instituto Cristão de Ensino - IPJB


Para fazer o download dos slides de power point da 
primeira aula, clique na imagem acima
Que Deus te abençoe!


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Oh lead me, by Delirious

Oh lead me
To the place 
where I can find you
Oh lead me
To the place where you'll be

Lead me to the cross
Where we first met
Draw me to my knees
So we can talk
Let me feel your breath
Let me know you're
here with me

Bela música que descreve um encontro com Deus, de um modo bastante 
pessoal e íntimo, ao mesmo tempo que revela a própria teologia do 
encontro: a possibilidade de acesso ao Pai criada na cruz de Cristo - 
local onde foi estabelecido o primeiro contato.
E a posição de servo, ajoelhado, diante do Deus vivo glorioso e 
poderoso, prostrando-se em adoração, traz à luz a reverência 
dessa amizade. Trata-se de um belo poema de adoração sincera, 
uma oração de alguém que realmente anseia tal encontro, reconhece 
sua indignidade e ao mesmo tempo ousa clamar pela manifestação 
da presença de Deus. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Adorar


É interessante como costumamos estabelecer um padrão para a adoração a Deus. Julgamos inclusive os sentimentos das pessoas e ousamos dizer qual adoração é sincera e qual é fingida. O fato, porém, é que Deus espera que o adoremos com a sinceridade do coração que ele mesmo criou, inclusive segundo nossas peculiaridades (concebidas por Ele). E, nesse relacionamento verdadeiro e genuníno, concretizamos nossa humanidade, que só é plena quando integrada pelo Deus que formou o homem para andar com Ele. Fora desse relacionamento, a personalidade do ser humano é distorcida e incompleta.

“Os naturalistas são mais motivados a amar a Deus ao ar livre, em ambientes naturais. Os sensitivos amam a Deus com os sentidos e apreciam belos cultos de adoração que envolvem a visão, o paladar, o aroma e o toque, não apenas a audição. Os tradicionalistas aproximam-se de Deus por meio de rituais, liturgias, símbolos e estruturas rígidas. Os ascetas preferem amar a Deus na solidão e com simplicidade. Os ativistas amam a Deus pelo confronto com o mal, combatendo a injustiça e trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor. Os caridosos amam a Deus amando os outros e suprindo as necessidades deles. Os entusiastas amam a Deus com celebrações. Os contemplativos amam a Deus por meio da adoração. E os intelectuais amam a Deus ao estudá-lo, isto é, fazendo uso da mente.”
*Gary (Sacred pathways) apud Rick Warren, in: Vida com propósitos, pp. 92-93.