sábado, 31 de janeiro de 2009

Recomendo

Não costumo fazer "merchan" aqui no blog, mas deixo aqui uma recomendação: o blog Recomendei, do meu grande amigo Gui Gontijo. Nele, o blogueiro avalia livros, filmes, músicas e o que mais der na telha, indicando ótimas referências culturais, intelectuais, espirituais e outros "ais". Vale a pena conferir! Até este humilde blog foi alvo da crítica (ferrenha, porém justa, segundo minha singela opinião) do nobre irmão!

Abraços a todos e que Deus os abençoe!

*Ah, o link do Recomendei está na lista de links aí à sua direita. Mas coloco aqui tb: recomendei.blogspot.com

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Fé x Ciência


O avanço científico e tecnológico sempre foi encarado como um inimigo da fé. A maioria dos pesquisadores costuma jogar pedras nos cristãos, afirmando teorias que tornam as verdades das Escrituras nada além de mitos ou contos de fadas. Entretanto, como se pode perceber pelo fato de haver muitos cristãos inseridos no ambiente acadêmico, não é necessário enxergar as duas coisas de forma tão separada. É que as descobertas científicas e os avanços tecnológicos são essenciais para a qualidade de vida dos seres humanos e, em geral, confirmam verdades já encontradas na Palavra.
Muito se tem discutido recentemente a respeito do crescimento do ateísmo e da redução do número de cristãos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Nesses países, cientistas como Richard Dawkins (autor de Deus, um delírio) têm sido exaltados como libertadores de tradições ultrapassadas que nada dizem à sociedade pós-moderna do século XXI.
Obviamente, a comunidade cristã responde a tais ataques, como é o caso de Allister Mcgrath, teólogo reformado autor de O delírio de Dawkins. O detalhe é que ambos são professores da Universidade de Oxford e foram colegas quando estudantes. O fato é que sempre haverá questionamentos à fé cristã por parte daqueles que pretendem explicar as causas da existência e da vida e o destino do Universo a partir tão-somente da razão. A confiança na sabedoria dos homens é um perigo há muito apontado pelos pais da fé e pelo próprio Jesus. A sabedoria de Deus, no entanto, continua sendo loucura para os homens.
O desafio da nossa geração é enfrentar essas e tantas outras oposições ao autêntico Cristianismo a partir de um sólido conhecimento bíblico e de um constante acompanhamento das transformações pelas quais a sociedade passa nestes dias. O Evangelho permanece atual e relevante. Cabe a nós apresentá-lo dessa forma aos que pensam de outro modo.

*texto escrito para o blog da Juventude IPJB (www.ipjb.org.br/juventude.php)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Medo de Amadurecer - Lucas Gontijo

Quando analisamos os profetas, percebemos que todos eles foram chamados por Deus a uma obra que exigia muita maturidade, principalmente quando observamos que possivelmente alguns deles estavam ainda em plena juventude. Nessa idade queremos ser muito usados por Deus para grandes obras, e devemos nos dispor a Ele para isso, desde que entendamos que, na maioria das vezes, o tamanho das obras cresce na proporção da maturidade. Da mesma forma que não confiamos a liderança de célula a uma criança de cinco anos, Deus não dará uma obra que envolva tantas vidas e provoque tanta repercussão a alguém que não tenha responsabilidade consigo mesmo.

Ter responsabilidade significa saber lidar com a própria vida, e isso gera, diante de Deus, autoridade para lidar com a vida dos outros. Assim foram os profetas: lidaram com a própria vida e encararam as próprias crises. As lutas interiores que venceram deram-lhes forças para enfrentar o campo de batalha que estava em crise: a Nação de Israel. Jeremias foi o profeta chorão, mas antes de chorão era certamente profeta. Suas lágrimas demonstraram o quão humano era e como, para ele, era difícil lidar com a nação; mas nem por isso rejeitou o chamado para ser profeta. O tempo todo, ele lidou com os israelitas enquanto lidava consigo mesmo, sem desabar. Grandes obras exigem grande maturidade, grande senso de responsabilidade, grande seriedade com o que se faz.

Um “chamado de Deus” normalmente assusta. Ou seja, ou confronta o caminho em que o servo de Deus tem andado, ou traz uma proposta de vida totalmente nova e inesperada, para a qual não houve preparo. Como a história comprova, Deus chama para grandes obras pessoas que não sejam apegadas às circunstâncias de vida, nem à sua própria pessoa. Assim foi com Ester, Moisés, Davi, entre outros. Ao receber o chamado súbito de Deus, Ester aceitou ser a esposa de um rei persa, correndo risco de morte. Moisés, por sua vez, encarou as dificuldades que tinha para falar. De pastor de ovelhas, Davi matou um gigante e foi feito rei de Israel: algo que claramente exigiu amadurecimento. Todos foram pessoas que amadureceram por Deus e por Sua Obra. Mudaram de mentalidade e não fugiram dos desafios, abrindo mão do estado cômodo e costumeiro em que viviam.

Isto se aplica a nós da seguinte maneira: Não somos exclusivamente uma juventude que serve a Deus. Somos pessoas que servem a Deus, e juventude é apenas a fase na qual fazemos isso, com as características próprias da fase, mas que, querendo ou não, passará. Se não aceitarmos o processo de amadurecimento pelo qual temos de passar, como propósito de Deus para nossa vida, corremos o risco de ser, no futuro, adultos sem grandes sonhos (em razão da maturidade rejeitada) e ainda muito apegados às pequenas obras do passado.

A juventude traz consigo um grande dilema: vontade de fazer diferença no Reino de Deus, aliada, porém, ao desejo de parar o tempo e cristalizar a maneira como se pensa e as poucas responsabilidades. Na verdade, esta é a fase oportuna para abrirmos mão do que for preciso e amadurecer o que, interiormente, ainda está verde, em vista de um Grande Projeto de Deus para nós, o qual somente será confiado por Ele àqueles que tiverem maturidade para realizá-lo.

*Parabéns pelo texto, Lucas! Deus te abençoe! Pedro

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Moralidade Social – A Regra Áurea do Cristianismo

C. S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples (Martins Fontes, 2005), faz uma análise do Cristianismo no tocante à sua influência sobre a moralidade social. Em verdade, observa como é e como deve ser o comportamento dos cristãos para com o próximo, ou seja, a interação da Igreja com a sociedade na qual se insere.

O ponto básico, para Lewis, a fim de se determinar o padrão de comportamento social cristão é a chamada Regra Áurea: "Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você". Esse enunciado é tirado da moralidade neo-testamentária (em realidade, decorre diretamente do "amar ao próximo como a si mesmo"). Trata-se de uma norma ética que encontra ressonância em todas as sociedades e em todos os tempos, ou seja, não é determinada historicamente, mas compõe a chamada Lei Moral (ainda na linguagem de Lewis), sendo aplicável universalmente.

Desse modo, o mestre irlandês explica que a observância dessa regra depende do verdadeiro conhecimento de Deus, pois é o amor a Ele que permite a obediência aos seus preceitos, dentre os quais se destaca o amor ao próximo. Daí a extrema atualidade das palavras de C. S. Lewis, pois o fato é que o mundo de hoje busca no Cristianismo um instrumento de justificação para seus ideais, seus sonhos (veja-se a teologia da prosperidade, a da libertação e tantas outras correntes doutrinárias, preocupadas com o "aqui e agora" e de olhos fechados para as questões eternas).

Nas palavras do autor: "Muitos não examinam o Cristianismo para descobrir como ele realmente é: sondam-no na esperança de encontrar nele apoio para os pontos de vista de seu partido político. Buscamos um aliado quando nos é oferecido um Mestre – ou um Juiz. (...). A sociedade cristã só virá quando a maioria das pessoas a quiser, e ninguém pode querê-la se não for plenamente cristão. Posso repetir 'faça aos outros o que gostaria que fizessem a você' até cansar, mas não conseguirei viver assim se não amar ao próximo como a mim mesmo; só poderei aprender esse amor quando aprender a amar a Deus; e só aprenderei a amá-lo quando aprender a obedecê-lo" (p. 115).

Que Deus nos ajude a construir uma sociedade cristã, em que pratiquemos a Regra Áurea com alegria e disposição. O primeiro passo, para Lewis, é aprender a obedecer a Deus. A moralidade cristã é simples de se compreender, porém extremamente difícil de ser vivida. Ninguém até hoje, à exceção de Cristo, conseguiu vivê-la plenamente. O desafio ainda é o mesmo: amar ao próximo como a mim mesmo – simples, direto e claro. Só pela graça.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Atrativos de Deus

Ainda em clima de Allister Mcgrath, em "Apologética cristã no séc. XXI: ciência e arte com integridade", posto trecho bastante interessante no qual, analisando o pós-modernismo, o autor elenca elementos essencias do cristianismo que constituem atrativos ao indivíduo, assim como as necessidades humanas às quais Deus supre plenamente. Tratam-se de poderosos instrumentos de evangelização, sendo efetivos para a superação de barreiras intelectuais e, sobretudo, emocionais à fé. Vamos às palavras de Mcgrath:

“O apologista cristão deve ser capaz de apresentar Deus em sua atratividade total, de modo que seus rivais no mundo sejam eclipsados. Quais são as atrações de Deus? Veja a seguir elementos importantes dessa apresentação. O apologista pode modificar ou suplementar conforme considerar apropriado:

1. A capacidade de Deus de satisfazer os mais profundos desejos humanos.

2. O imenso amor de Deus, conforme visto na morte de Cristo.

3. O relativismo não estabelece nada nem ninguém; a fé em Deus ancora as pessoas, dando-lhes estabilidade e significado para a vida.

A isso deveria ser adicionada nossa análise da relevância do cristianismo para a vida, incluindo argumentos de que ele satisfaz três necessidades principais:

1. A necessidade de haver uma base para a moralidade. O cristianismo oferece uma cosmovisão que leva à geração de valores e ideais morais que são capazes de dotar nossa existência de significado moral e dignidade.

2. A necessidade de haver um arcabouço para compreender a experiência, algo que se relaciona com a necessidade humana interna de entender as coisas.

3. A necessidade de uma visão para guiar e inspirar as pessoas. A vida sem uma visão ou uma razão para continuar adiante é sombria, melancólica e sem sentido.

Pp. 308-309

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apologética - O problema do sofrimento


Alister Mcgrath faz uma interessante análise do problema do sofrimento como uma barreira intelectual à fé:


"O sofrimento e a glorificação são parte do mesmo processo de crescimento na vida cristã. Somos acolhidos na família de Deus, sofremos e somos glorificados (Romanos 8:14-18). Essa não é uma relação acidental. Todas essas coisas acham-se intimamente relacionadas na esfera do crescimento e progresso cristãos em direção ao objetivo último da vida cristã: a união final com Deus, para com ele permanecer para sempre (p. 195)." (...)


"Assim como o sofrimento é real, também são reais as promessas de Deus e a esperança de vida eterna. Não se trata de anestésico espiritual, elaborado simplesmente com o objetivo de nos capacitar a lidar com as tristezas da vida enquanto durarem. A morte e a ressurreição de Cristo, aliadas à dádiva do Espírito Santo, constituem penhor, garantia e segurança de que aquilo que foi prometido será um dia levado a cabo em gloriosa consumação. Por enquanto, lutamos e sofremos em meio à tristeza permeada de perplexidade. Um dia, porém tudo isso mudará em benefício do povo de Deus - Apocalipse 21:3-4 (p. 197)."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008