sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Moralidade Social – A Regra Áurea do Cristianismo

C. S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples (Martins Fontes, 2005), faz uma análise do Cristianismo no tocante à sua influência sobre a moralidade social. Em verdade, observa como é e como deve ser o comportamento dos cristãos para com o próximo, ou seja, a interação da Igreja com a sociedade na qual se insere.

O ponto básico, para Lewis, a fim de se determinar o padrão de comportamento social cristão é a chamada Regra Áurea: "Faça aos outros o que gostaria que fizessem para você". Esse enunciado é tirado da moralidade neo-testamentária (em realidade, decorre diretamente do "amar ao próximo como a si mesmo"). Trata-se de uma norma ética que encontra ressonância em todas as sociedades e em todos os tempos, ou seja, não é determinada historicamente, mas compõe a chamada Lei Moral (ainda na linguagem de Lewis), sendo aplicável universalmente.

Desse modo, o mestre irlandês explica que a observância dessa regra depende do verdadeiro conhecimento de Deus, pois é o amor a Ele que permite a obediência aos seus preceitos, dentre os quais se destaca o amor ao próximo. Daí a extrema atualidade das palavras de C. S. Lewis, pois o fato é que o mundo de hoje busca no Cristianismo um instrumento de justificação para seus ideais, seus sonhos (veja-se a teologia da prosperidade, a da libertação e tantas outras correntes doutrinárias, preocupadas com o "aqui e agora" e de olhos fechados para as questões eternas).

Nas palavras do autor: "Muitos não examinam o Cristianismo para descobrir como ele realmente é: sondam-no na esperança de encontrar nele apoio para os pontos de vista de seu partido político. Buscamos um aliado quando nos é oferecido um Mestre – ou um Juiz. (...). A sociedade cristã só virá quando a maioria das pessoas a quiser, e ninguém pode querê-la se não for plenamente cristão. Posso repetir 'faça aos outros o que gostaria que fizessem a você' até cansar, mas não conseguirei viver assim se não amar ao próximo como a mim mesmo; só poderei aprender esse amor quando aprender a amar a Deus; e só aprenderei a amá-lo quando aprender a obedecê-lo" (p. 115).

Que Deus nos ajude a construir uma sociedade cristã, em que pratiquemos a Regra Áurea com alegria e disposição. O primeiro passo, para Lewis, é aprender a obedecer a Deus. A moralidade cristã é simples de se compreender, porém extremamente difícil de ser vivida. Ninguém até hoje, à exceção de Cristo, conseguiu vivê-la plenamente. O desafio ainda é o mesmo: amar ao próximo como a mim mesmo – simples, direto e claro. Só pela graça.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Atrativos de Deus

Ainda em clima de Allister Mcgrath, em "Apologética cristã no séc. XXI: ciência e arte com integridade", posto trecho bastante interessante no qual, analisando o pós-modernismo, o autor elenca elementos essencias do cristianismo que constituem atrativos ao indivíduo, assim como as necessidades humanas às quais Deus supre plenamente. Tratam-se de poderosos instrumentos de evangelização, sendo efetivos para a superação de barreiras intelectuais e, sobretudo, emocionais à fé. Vamos às palavras de Mcgrath:

“O apologista cristão deve ser capaz de apresentar Deus em sua atratividade total, de modo que seus rivais no mundo sejam eclipsados. Quais são as atrações de Deus? Veja a seguir elementos importantes dessa apresentação. O apologista pode modificar ou suplementar conforme considerar apropriado:

1. A capacidade de Deus de satisfazer os mais profundos desejos humanos.

2. O imenso amor de Deus, conforme visto na morte de Cristo.

3. O relativismo não estabelece nada nem ninguém; a fé em Deus ancora as pessoas, dando-lhes estabilidade e significado para a vida.

A isso deveria ser adicionada nossa análise da relevância do cristianismo para a vida, incluindo argumentos de que ele satisfaz três necessidades principais:

1. A necessidade de haver uma base para a moralidade. O cristianismo oferece uma cosmovisão que leva à geração de valores e ideais morais que são capazes de dotar nossa existência de significado moral e dignidade.

2. A necessidade de haver um arcabouço para compreender a experiência, algo que se relaciona com a necessidade humana interna de entender as coisas.

3. A necessidade de uma visão para guiar e inspirar as pessoas. A vida sem uma visão ou uma razão para continuar adiante é sombria, melancólica e sem sentido.

Pp. 308-309

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apologética - O problema do sofrimento


Alister Mcgrath faz uma interessante análise do problema do sofrimento como uma barreira intelectual à fé:


"O sofrimento e a glorificação são parte do mesmo processo de crescimento na vida cristã. Somos acolhidos na família de Deus, sofremos e somos glorificados (Romanos 8:14-18). Essa não é uma relação acidental. Todas essas coisas acham-se intimamente relacionadas na esfera do crescimento e progresso cristãos em direção ao objetivo último da vida cristã: a união final com Deus, para com ele permanecer para sempre (p. 195)." (...)


"Assim como o sofrimento é real, também são reais as promessas de Deus e a esperança de vida eterna. Não se trata de anestésico espiritual, elaborado simplesmente com o objetivo de nos capacitar a lidar com as tristezas da vida enquanto durarem. A morte e a ressurreição de Cristo, aliadas à dádiva do Espírito Santo, constituem penhor, garantia e segurança de que aquilo que foi prometido será um dia levado a cabo em gloriosa consumação. Por enquanto, lutamos e sofremos em meio à tristeza permeada de perplexidade. Um dia, porém tudo isso mudará em benefício do povo de Deus - Apocalipse 21:3-4 (p. 197)."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008


Olimpíadas

É preciso ter coragem para assumir uma postura firme em relação às absurdas violações cometidas pelo Estado Chinês aos direitos humanos e às liberdades individuais. Como protestante, não posso deixar de lado o fato de que milhares de cristãos são torturados naquele país, sem que haja qualquer movimento para por fim à perseguição religiosa, exceto manifestações isoladas.
A comunidade internacional teme exercer maior pressão em face da força econômica crescente da China, mas o fato é que o regime totalitário ali existente tem feito muita gente simplesmente sumir do mapa, considerando-se os líderes do partido comunista os próprios deuses da nação, que fazem o que querem, sem apresentar justificativas.
Criticar algo que está errado não significa que se esteja deixando de lado os próprios defeitos...O Brasil tem muito em que evoluir em termos de direitos humanos e dignidade da pessoa, mas a crítica é no sentido de se construir um mundo mais tolerante e responsável eticamente, em todos os níveis (religioso, econômico, ambiental, político...). E o fato é que ninguém denuncia o que ocorre ali porque o governo esconde tudo...não há estatísticas, o que já foi experimentado no Brasil nos tempos de ditadura.
Olha, Senhor, para a China e tantos outros países que perseguem os teus servos. Move o coração dos líderes e converte ao Teu Filho, Jesus Cristo, Rei das Nações e Senhor dos senhores. Mobiliza a Tua Igreja para esta obra, Deus.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ser um cristão autêntico não está na moda

“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.”
II Timóteo 3:12

Jesus, os apóstolos, os primeiros cristãos, os pais da Igreja, os mártires, os reformadores, os missionários, os evangelistas, os avivalistas...é longa a lista, conquanto sejam poucos os qualificados a integrá-la. O que há de comum entre eles? O fato de que viveram ou vivem sob constante oposição, enfrentando tudo e todos os que não se conformam ao constatarem a maneira radical e extraordinária experimentada por tais pessoas em suas jornadas.
É notável que todo aquele que decidiu, em algum momento, consagrar totalmente sua vida a Cristo e ao seu chamado para uma obra especial nessa Terra enfrentou fortes barreiras. Sua fé foi posta em confronto. Sua família, ameaçada. Seu corpo, destruído.
Ser um cristão autêntico sempre foi sinônimo de ser tido por subversivo. Nunca houve um momento da história em que o mundo tenha aclamado aqueles que se levantaram para buscar uma vida extraordinária diante de Deus. Homens e mulheres de oração, cujos espíritos (de início, profundamente quebrantados) ligaram-se de tal forma ao Espírito de Deus que é impossível não perceber a unção e o poder de Deus atuarem por intermédio deles.
Pessoas que não se importam demasiadamente com a quantidade de pessoas que iam aos cultos ou às reuniões de oração, mas que viveram uma transformação tão intensa que simplesmente desejam a presença do Senhor mais do que qualquer outra coisa.
Incomoda verificar que ser “crente”, hoje, seja a última moda. O apelo publicitário e as múltiplas campanhas televisivas, bem como os cultos que mais parecem shows e espetáculos do que genuína contrição e adoração, fazem com que muitas pessoas assumam o rótulo de “evangélicas”, sem que, juntamente com tal confissão, apresentem um verdadeiro compromisso com Jesus e com o Evangelho integral.
É realmente impressionante a quantidade de pessoas que encontramos em situações extremamente constrangedoras, cujas vidas em nada diferem daquelas de pessoas assumidamente ímpias, a expressarem, com toda a vitalidade: “Eu também sou crente!”, deixando-nos boquiabertos em vez de felizes por estarmos diante de um irmão em Cristo.
É preciso redescobrir a simplicidade e a verdade do Evangelho. Um Evangelho puro, completo e eficaz, que abala o inferno e transtorna o mundo. Precisamos do Evangelho de Cristo, vivido por Paulo, Estevão, Pedro, João, Barnabé, Lutero, Calvino, David Brainerd, Jonathan Edwards, Charles Finney, Billy Graham, Irmão Yun...independentemente de ser conhecido pelos homens como esses chegaram a ser (por transformarem a realidade de incontáveis almas, e não por agradarem a todos) ou de se manter no santo anonimato, creia que seu nome pode estar nessa mesma lista – conhecido nos céus, temido no inferno, abençoado por Deus!

terça-feira, 24 de junho de 2008