
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
A necessidade do arrependimento e a Lei Moral


quinta-feira, 4 de junho de 2009
Restauração Espiritual
Texto-base: Livro de Esdras
1. Introdução
O povo de Israel estava exilado na Babilônia. Esse exílio durou cerca de 50 anos.
Em
Após muitas dificuldades, com forte oposição dos inimigos de Israel, o templo é concluído em
Esdras, então, vai a Jerusalém com o propósito de ensinar a Lei do Senhor ao povo (7:6-10). Esdras chega a Jerusalém em
Entretanto, logo ao chegar, recebe a notícia de que o povo (inclusive levitas e sacerdotes) havia se misturado com os povos pagãos (9:1-2).
Esdras, então, humilha-se diante de Deus e lamenta o pecado de Israel (9:3-15). Outros tantos unem-se a ele (10:1).
Aparece, então Secanias, exortando Esdras a agir e a conduzir o povo de volta à santidade e ao temor do Senhor, pondo fim aos casamentos que haviam sido feitos entre filhos de Israel e mulheres estrangeiras (10:2-12).
O povo, então, atendeu à palavra de Esdras e despediu as mulheres estrangeiras, juntamente com seus filhos, retornando à observância da Lei de Deus e renovando sua aliança com o Senhor. Ali, então, teve êxito a restauração espiritual de Israel.
2. O Processo de Restauração Espiritual
Contudo, Esdras precisou, inicialmente, combater o problema do próprio descumprimento a essa Lei já instalado entre o povo, que se corrompera em apenas 60 anos desde a inauguração do templo, quando o povo havia se consagrado a Deus, inclusive celebrando a Páscoa (6:16).
Percebemos então, irmãos, que o primeiro passo para a restauração espiritual é a identificação do pecado. Isso ocorreu mediante os príncipes de Israel, que contaram a Esdras o grave pecado do povo, que não se conservou como povo santo e separado ao Senhor, conforme Ele ordenara (Êx. 34:10-17 e Dt. 7:1-6).
Não podemos nos arrepender de algo de que não temos consciência. Ainda que peçamos perdão a Deus por nossos pecados ocultos, como faz o salmista (Salmo 19:12), precisamos buscar conhecer nossas falhas para nos arrependermos e mudarmos nosso proceder.
Davi mesmo, aliás, pede ao Senhor que sonde o seu coração e veja se há nele algum caminho mau, a fim de que, identificado o problema, seja este corrigido para, então, o próprio Deus guiar-nos pelo caminho eterno (Salmo 139:23-24).
Busquemos, no Senhor, conhecer nossas falhas e transgressões. Deixemo-nos exortar pelos irmãos e pelos líderes, a fim de que possamos continuar nosso processo de restauração espiritual – que, aliás, tem outras duas fases essenciais.
2.2. Arrependimento e confissão
Não há restauração sem arrependimento. É impossível que alguém mude de rumo sem que, reconhecendo o seu pecado, reconheça também que precisa de uma nova direção.
O pecado precisa causar tristeza em nossos corações, pelo fato de nos afastar da comunhão e da intimidade com Deus (9:15).
Nesse aspecto, a postura de Esdras e, em seguida, de grande parte do povo de Israel foi exemplar. De fato, houve quebrantamento e contrição, pois se humilharam diante de Deus, pedindo perdão pelos seus pecados (9:6-15).
Esdras entristeceu-se de forma tal que chegou a arrancar os cabelos da cabeça e da barba, num ato sincero e espontâneo de demonstração de repulsa ao pecado (9:3).
Davi, no Salmo 32, revela as conseqüências da falta de arrependimento e confissão. O peso da culpa e da mão de Deus corrói os nossos corações. A Palavra ensina que o Senhor disciplina aqueles a quem ama (Apocalipse 3:19). O arrependimento, então, é o melhor caminho para a retomada da vida cristã livre e sadia.
Assim, após identificarmos o nosso pecado, precisamos assumir a postura de Esdras, ou seja, derramarmos nosso coração diante do altar de Deus, clamando por sua misericórdia e seu perdão. O Senhor, que é tardio em irar-se e rico em misericórdia, promete perdoar-nos sempre que, de coração sincero, demonstrarmos nosso arrependimento e confessarmos nossos pecados.
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9), diz a Palavra. Desse modo, creiamos na misericórdia e no amor de Deus. Não tenhamos receio em derramar nosso coração em sua presença.
O Senhor tem prazer em receber a oferta do coração contrito e quebrantado. A este, diz a Palavra, Ele não desprezará (Salmo 51:17 – salmo em que Davi clama pelo perdão de Deus, confessando seus graves pecados de adultério com Bate-Seba e o homicídio do esposo dela).
2.3. Atitude para mudar
Finalmente, após identificarmos o pecado e nos arrependermos, confessando-o ao Senhor, é necessário dar o passo final para a completa restauração: tomar uma atitude para mudar de postura.
De nada adiantaria que Esdras e todo o povo continuassem ali prostrados, chorando diante de Deus, não fosse a intervenção de Secanias, que, movido pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, exortou Esdras a liderar a nova caminhada do povo de Deus.
No caso do pecado que fora identificado (a mistura dos filhos de Israel com os povos pagãos, com os casamentos com mulheres estrangeiras), não havia outra atitude a tomar, senão a proposta por Secanias: os homens teriam que despedir suas mulheres e seus filhos, a fim de retomarem sua aliança com Deus, mediante o cumprimento de Sua Lei.
Secanias, então, entendeu que a restauração de Israel só seria possível caso o povo se levantasse e tomasse uma atitude firme para mudar de rumo, abandonando o pecado definitivamente.
Ele percebeu, como mostra o versículo 2 do capítulo 10, que havia esperança para Israel, assim como há esperança pra você e para mim, meu irmão! Para tanto, porém, não podemos fazer concessões com o pecado. É necessário enfrentá-lo e abandoná-lo. Tirá-lo de uma vez por todas de nossas vidas, por mais doloroso que isso seja.
É comum que nosso processo de restauração acabe pelo meio do caminho. Em geral, conseguimos identificar nossos pecados e, com razoável freqüência, nos arrependemos deles. Sentimo-nos envergonhados diante de Deus e gostaríamos de viver em santidade. Entretanto, em muitas ocasiões, falta esse último passo, que é o da efetiva mudança de postura.
Nem sempre essa mudança é tão radical, como foi nesse caso para o povo de Israel. Todavia, nunca é simples mudar. Abandonar hábitos, vícios e práticas que se tornaram cotidianas é uma tarefa difícil. Basta ver o caso das pessoas que tentam largar a bebida, ou o cigarro, ou as drogas. Nem precisamos ir tão longe: vejamos a dificuldade de quem come demais e luta para perder peso! A luta é imensa, mas é necessária.
3. Conclusão
A grande vantagem é sabermos que, como povo de Deus, temos a sua capacitação para mudarmos de vida. Aleluia! É o próprio Deus quem interfere nesse processo e completa nossa restauração espiritual.
Sem Ele, seria uma luta perdida. Não temos a força necessária para, por conta própria, abandonarmos o pecado e vivermos uma vida santa de intimidade e comunhão com Deus. É o Senhor, porém, quem nos habilita para vencermos.
Identificarmos o pecado; arrependermo-nos; e tomarmos uma atitude firme para mudarmos de vida! Esse é o caminho para a restauração espiritual de que precisamos. Que Deus nos ajude. Amém.

quinta-feira, 7 de maio de 2009
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Quão Singular e Maravilhoso é o Amor de Cristo!
Por muitos anos, tenho procurado entender como a centralidade de Deus em Si mesmo se relaciona com o seu amor por pecadores com eu. Muitas pessoas não vêem a paixão de Deus por sua própria glória como um ato de amor. Uma das razões para isto é o fato de que temos absorvido a definição do mundo a respeito do amor. O mundo diz: você é amado quando é mimado.
O maior problema desta definição de amor é que, ao tentarmos aplicá-la ao amor de Deus por nós, ela distorce a realidade. O amor de Deus por nós não se revela principalmente em que Ele nos valoriza, e sim em que Ele nos dá a capacidade de nos regozijarmos em apreciá-Lo para sempre. Se centralizamos e focalizamos o amor de Deus em nosso valor, estamos nos afastando do que é mais precioso, ou seja, Ele mesmo. O amor labuta e sofre para nos cativar com aquilo que é infinita e eternamente satisfatório: Deus mesmo. Por conseguinte, o amor de Deus labuta e sofre para aniquilar nossa escravidão ao ídolo do “eu” e focalizar nossas afeições no tesouro de Deus.
Podemos ver isto, de maneira surpreendente, na história da enfermidade e morte de Lázaro, em João 11.1-6:
Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.
Observe três coisas admiráveis:
1. Jesus escolheu deixar Lázaro morrer. No versículo 6 lemos: “Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”. Não houve pressa. A intenção de Jesus não era impedir o sofrimento da família, e sim ressuscitar Lázaro dentre os mortos. Isto seria verdade mesmo se Lázaro já estivesse morto, quando o mensageiro chegou a Jesus. Ele deixou Lázaro morrer ou permaneceu por mais tempo, para deixar evidente que não tinha pressa de trazer alívio imediato ao sofrimento. Algo mais importante O impedia.
2. Jesus era motivado pelo amor para com a glória de Deus, manifestada em seu tremendo poder. No versículo 4, Ele disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.”
3. Entretanto tanto a decisão de deixar Lázaro morrer com a motivação de glorificar a Deus foram expressões de amor para com Maria, Marta e Lázaro. O evangelista João nos mostra isto pela maneira como ele uniu os versículos 5 e 6: “Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. “Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”.
Oh! Muitas pessoas – inclusive crentes – murmurariam por haver Jesus, insensivelmente, deixando Lázaro morrer e permitir que Marta, Maria e Lázaro e outro passassem por aquele sofrimento e infelicidade! E, se os nossos contemporâneos percebessem que Jesus fez isso motivado pelo desejo de magnificar a glória de Deus, quantos não considerariam a atitude de Jesus como insensível e severa? Isto revela quanto a maioria das pessoas estima levar uma vida livre de sofrimento muito mais do que estima a glória de Deus. Para a maioria das pessoas, o amor é aquilo que coloca o bem-estar humano como centro de tudo. Por conseguinte, o comportamento de Jesus é ilógico para tais pessoas.
Não podemos ensinar a Jesus o que o amor significa. Não podemos instruí-Lo a respeito de como Ele nos deve amar e colocar-nos no centro de tudo. Devemos aprender dEle o que significa o amor e o que é verdadeiro bem-estar. O amor é fazer tudo que for necessário para ajudar os outros a verem e experimentarem a glória de Deus em Cristo, para todo o sempre. O amor mantém a Deus no centro, porque a alma foi criada para Deus.
Nas palavras de sua oração, Jesus confirma que estamos certos: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, pra que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Podemos presumir que esta oração seja um ato de amor de Jesus. Mas, o que Ele pediu? Pediu que, no fim, vejamos a sua glória. O amor dEle por nós O torna central. Jesus é o único Ser cuja auto-exaltação é um ato sublime de amor. Isto é verdade porque a realidade mais satisfatória que podemos conhecer é Jesus. Portanto, para nos dar esta realidade, Ele tem de dar-nos a si mesmo. O amor de Jesus O impeliu a orar e a morrer por nós, não para que o nosso valor se tornasse central, e sim para que a glória dEle se tornasse central e pudéssemos vê-la e desfrutá-la por toda a eternidade. “Pai, a minha vontade é que... estejam comigo... para que vejam a minha glória”. Isto é o que significa para Jesus amar-nos. O amor divino labuta e sofre para nos cativar com aquilo que é infinita e eternamente satisfatório: Deus em Cristo. Oh! Que vejamos a glória de Cristo – pela qual Ele deixou Lázaro morrer e pela qual Ele foi à cruz.
John Piper