Quando analisamos os profetas, percebemos que todos eles foram chamados por Deus a uma obra que exigia muita maturidade, principalmente quando observamos que possivelmente alguns deles estavam ainda em plena juventude. Nessa idade queremos ser muito usados por Deus para grandes obras, e devemos nos dispor a Ele para isso, desde que entendamos que, na maioria das vezes, o tamanho das obras cresce na proporção da maturidade. Da mesma forma que não confiamos a liderança de célula a uma criança de cinco anos, Deus não dará uma obra que envolva tantas vidas e provoque tanta repercussão a alguém que não tenha responsabilidade consigo mesmo.
Ter responsabilidade significa saber lidar com a própria vida, e isso gera, diante de Deus, autoridade para lidar com a vida dos outros. Assim foram os profetas: lidaram com a própria vida e encararam as próprias crises. As lutas interiores que venceram deram-lhes forças para enfrentar o campo de batalha que estava em crise: a Nação de Israel. Jeremias foi o profeta chorão, mas antes de chorão era certamente profeta. Suas lágrimas demonstraram o quão humano era e como, para ele, era difícil lidar com a nação; mas nem por isso rejeitou o chamado para ser profeta. O tempo todo, ele lidou com os israelitas enquanto lidava consigo mesmo, sem desabar. Grandes obras exigem grande maturidade, grande senso de responsabilidade, grande seriedade com o que se faz.
Um “chamado de Deus” normalmente assusta. Ou seja, ou confronta o caminho em que o servo de Deus tem andado, ou traz uma proposta de vida totalmente nova e inesperada, para a qual não houve preparo. Como a história comprova, Deus chama para grandes obras pessoas que não sejam apegadas às circunstâncias de vida, nem à sua própria pessoa. Assim foi com Ester, Moisés, Davi, entre outros. Ao receber o chamado súbito de Deus, Ester aceitou ser a esposa de um rei persa, correndo risco de morte. Moisés, por sua vez, encarou as dificuldades que tinha para falar. De pastor de ovelhas, Davi matou um gigante e foi feito rei de Israel: algo que claramente exigiu amadurecimento. Todos foram pessoas que amadureceram por Deus e por Sua Obra. Mudaram de mentalidade e não fugiram dos desafios, abrindo mão do estado cômodo e costumeiro em que viviam.
Isto se aplica a nós da seguinte maneira: Não somos exclusivamente uma juventude que serve a Deus. Somos pessoas que servem a Deus, e juventude é apenas a fase na qual fazemos isso, com as características próprias da fase, mas que, querendo ou não, passará. Se não aceitarmos o processo de amadurecimento pelo qual temos de passar, como propósito de Deus para nossa vida, corremos o risco de ser, no futuro, adultos sem grandes sonhos (em razão da maturidade rejeitada) e ainda muito apegados às pequenas obras do passado.
A juventude traz consigo um grande dilema: vontade de fazer diferença no Reino de Deus, aliada, porém, ao desejo de parar o tempo e cristalizar a maneira como se pensa e as poucas responsabilidades. Na verdade, esta é a fase oportuna para abrirmos mão do que for preciso e amadurecer o que, interiormente, ainda está verde, em vista de um Grande Projeto de Deus para nós, o qual somente será confiado por Ele àqueles que tiverem maturidade para realizá-lo.
*Parabéns pelo texto, Lucas! Deus te abençoe! Pedro
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