Faz parte da vocação do cristão crer na doutrina certa, na doutrina verdadeira, na doutrina da Escritura. Mas não é bem a questão de afirmar a doutrina certa que é tão importante. Nem o é apenas o fato de que se tenha a capacidade de dar explicações graças ao talento, à personalidade ou à energia em termos de capacidade natural. O cristão não é chamado para simplesmente apresentar outra mensagem do mesmo modo como são apresentadas todas as demais mensagens. Temos de entender que não só é importante o que fazemos, mas também como o fazemos. No primeiro capítulo do livro de Atos, entre a ressurreição e a ascensão de Cristo, não é pregar o Evangelho que Ele manda, mas esperar pelo Espírito Santo e depois pregar o Evangelho. Pregar o Evangelho sem buscar o concurso do Espírito Santo é omitir completamente a ordem de Jesus Cristo para a nossa era. Na área das 'atividades cristãs' ou do 'serviço cristão', como realizamos nossas tarefas é pelo menos tão importante como aquilo que fazemos. O que quer que seja que não constitua demonstração de que Deus existe, falha, não atingindo o propósito global da vida cristã atual na terra. De acordo com a Bíblia, devemos levar uma vida sobrenatural agora, nesta presente existência, e de modo que jamais poderemos repetir através de toda a eternidade. Somos convocados para viver uma vida sobrenatural agora, pela fé. A eternidade será esplêndida, mas há uma coisa que o Céu não terá, e esta é a vocação, a possibilidade e o privilégio de viver uma vida sobrenatural aqui e agora pela fé, antes de vermos a Jesus face a face.
*Francis Schaeffer, em Verdadeira Espiritualidade
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